A lógica é uma extraordinária faculdade que o homem possui, e a
desenvolve à medida que vive. É através dela que ao observar o movimento das
folhas de uma planta, sabendo que estes organismos não possuem estruturas
anatômicas para mover-se, logo conclui que deve haver uma força, uma causa que
a faz mover. Com o tempo provou-se que uma massa de ar em movimento, agia sobre
as mesmas fazendo com que suas folhas movessem ao chocar-se com estas. Logo, o
movimento era apenas um efeito, sendo o vento a causa.
É assim que a filosofia, a ciência, e cada um de nós, mesmo que
inconscientemente, concluímos que não há um “efeito sem causa”. A dor de uma
queimadura na mão é o efeito de termos entrado em contato com algo muito quente.
Quando uma criança, recém nascida está com fome ou fez xixi, chora informando
aos pais que algo está errado. Quando um estudante tira uma boa nota, está não
é mais que o efeito da dedicação empreendida nos estudos, que é a causa do
sucesso.
Entretanto, forçoso é reconhecer que ao mesmo instante que vivemos num
mar de lógica, também vivemos num de inconsciência, onde aos poucos, cada um a
seu passo, desvenda e conquista esse revolto e misterioso mar, nos aproximando
cada vez mais de Deus. Ser este que para o eminente filósofo e escritor
espírita León Denis no Cap. 5 da obra “O Grande Enigma” (...) se afirma e se impõem, fora e acima de todos os sistemas, de
todas as filosofias, de todas as crenças.
Mas quem é Deus?, pergunta, ou melhor perguntava a humanidade desde os
seus primórdios. As forças da natureza, as paixões humanas e humanos já foram personificados
e cultuados como deuses, a história está aí a apontar os mais variados exemplos
em todas as épocas e civilizações. E ao longo dos evos, no desenrolar dessa
mesma história, o homem acabou por desenvolver, como tantas outras, sua percepção
do Senhor da Vida a tal ponto que na atualidade não mais pergunta “Quem”
despersonificando-o, para indagar “O que é Deus”.
O Que é Deus? esta questão foi
proposta por Allan Kardec aos espíritos e publicada na obra “O Livro dos
Espíritos” em 1857. E assim aduziram os espíritos da codificação: Deus é a inteligência suprema, causa primária de
todas as coisas. Não satisfeito o proeminente inquiridor indagou:
Onde se pode encontrar a prova da existência de Deus? Num axioma que
aplicais às vossas ciências. Não há efeito sem causa. Procurai a causa de tudo
o que não é obra do homem e a vossa razão responderá.” Eis o
que responderam os Espíritos.
E para ilustrar este que é princípio basilar de toda a Doutrina Espírita,
passamos a narrar uma singela história extraída do livro “Pai Nosso” publicado
em 1952, e psicografado por Francisco Cândido Xavier ditado pelo Espírito
Meimei.
Conta-se que um
velho árabe analfabeto orava com tanto fervor e com tanto carinho, cada noite, que, certa vez, o rico chefe de
grande caravana chamou-o à sua presença e lhe perguntou:
— Por que oras
com tanta fé? Como sabes que Deus existe, quando nem ao menos sabes ler?
O crente fiel
respondeu:
— Grande senhor, conheço
a existência de Nosso Pai Celeste pelos sinais dele.
— Como assim? —
indagou o chefe, admirado.
O servo humilde explicou-se:
— Quando o senhor
recebe uma carta de pessoa ausente, como reconhece quem a escreveu?
— Pela letra.
— Quando o senhor
recebe uma jóia, como é que se informa quanto ao autor dela?
— Pela marca do
ourives.
O empregado sorriu
e acrescentou:
— Quando ouve
passos de animais, ao redor da tenda, como sabe, depois, se foi um carneiro, um
cavalo ou um boi?
— Pelos rastros —
respondeu o chefe, surpreendido.
Então, o velho
crente convidou-o para fora da barraca e, mostrando-lhe o céu, onde a Lua
brilhava, cercada por multidões de estrelas, exclamou, respeitoso:
- Senhor, aqueles
sinais, lá em cima, não podem ser dos homens!
Nesse momento, o
orgulhoso caravaneiro, de olhos lacrimosos, ajoelhou-se na areia e começou a
orar também.
Concluímos assim, com a espantosa lucidez de Allan Kardec quando afirma
que (...) para crer-se em Deus, basta se lance o olhar sobre as obras da Criação.
O Universo existe, logo tem uma causa. Duvidar da existência de Deus é negar
que todo efeito tem uma causa e avançar que o nada pôde fazer alguma coisa.
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
1. KARDEC, Allan, 1804 – 1869;
tradução de Salvador Gentile. O Livro dos Espíritos – 166ªed. | Araras – SP,
Instituto de Difusão Espírita, 2006.
2. KARDEC, Allan, 1804 – 1869;
tradução de Salvador Gentile. A Gênese: os milagres e as predições segundo o
espiritismo – 38ªed. | Araras – SP, Instituto de Difusão Espírita, 2004.
3. Denis, Léon, 1846-1927; tradução de
João Lourenço de Souza. Depois da Morte: exposição da doutrina dos espíritos –
25ªed. | Rio de Janeiro – RJ, Federação Espírita Brasileira, 2005.
4.
Denis, Léon, 1846-1927; tradução de Maria Lucia Alcantara de Carvalho. O Grande
Enigma: Deus e o Universo — Rio de Janeiro – RJ, CELD, 2011.
5. MEIMEI, psicografado por Francisco
Cândido Xavier. Pai Nosso – 28ed. | Rio de Janeiro – RJ, Federação Espírita
Brasileira, 2009.
6. OLIVEIRA, Edí
Carlos Rebouças. A Razão de Deus. Russas, 19 de janeiro de 2014. Disponível em:
http://discursoespirita.blogspot.com.br/2014/01/razao-de-deus.html.
Acesso em: 01 de dezembro de 2014.
DADOS TÉCNICOS DO PROGRAMA
Texto de
Edí Carlos R. de Oliveira e Música “Servos Fieis” de Ricardo Sardinha
Gravado
em: Núcleo Espírita Casa da Paz (Rua Dr. José Martins de Santiago, 1248 |
Russas – Ceará – Brasil).
EQUIPE DE PRODUÇÃO DO PROGRAMA
Autoria e
Narração: Edí Carlos R. de Oliveira
Prod.
Técnica: Alessandro Lima
Revisores: Darlene Nogueira, Gerardo Bernardo e Mª José Nunes Nepomuceno
Revisores: Darlene Nogueira, Gerardo Bernardo e Mª José Nunes Nepomuceno
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