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sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

CONDUTA ESPÍRITA | DO MÉDIUM


      Ao observar o lastro luminoso de missões bem realizadas no campo mediúnico, fruto de conquistas íntimas de consequências positivas para a sociedade, qual o exemplo de Francisco Cândido Xavier e Ivone do Amaral Pereira no Brasil, Eusápia Paladino na Itália, e o sueco Emanuel Svendemborg, todo aquele que passa a educar sua faculdade mediúnica pode, equivocadamente, ser levado a pensar que ser portador de mediunidade é ter missão destacada na atual jornada carnal.
Mas do que as obras dos citados exemplos, e de tantos outros, é importante que o médium noviço ou já experiente, observe a dedicação e a consciência com que aqueles doavam-se ao exercício do mandato mediúnico, outorgado pela Suprema Bondade. Conquistaram altas responsabilidades tão somente por terem galgado um dia os primeiros degraus da responsabilidade e da doação necessárias à atividade mediúnica. Indispensável reconhecer que as obras do hoje nada mais são que as consequências da construção de várias vidas, de algumas quedas, de muitos soerguimentos.
É provável que mais de uma vez tenham tido que vencer imprevistos, visitas de última hora, fenômenos meteorológicos, em nome do trabalho que os aguardavam. Educaram-se ao longo do passado e da referida encarnação, adquirindo lealdade ao próprio dever. Venceram o comodismo social, a preguiça mental, o desculpismo psicológico, as paixões materiais, que invariavelmente boa parcela dos medianeiros na atualidade esforçam-se ainda por vencer. Sem euforia íntima não há exercício mediúnico produtivo, nos adverte André Luiz.
Por alguns instantes, antes de lhes observar as obras e almejar tão destacada missão, reflitamos como procediam na preparação mental no dia destinado ao intercâmbio entre os “vivos” e os “mortos”.
Interroguemos se já adquirimos hábitos saudáveis quais sejam a oração rotineira que em um só movimento inunda a alma e irradia ao seu derredor eflúvios salutares; o cultivo de bons pensamentos, sentimentos e emoções em detrimento do bombardeio diário de ideais contrários; a vinculação a veículos de comunicação edificantes, um cd, um livro, uma palestra, evitando uma programação excitante e violenta. Só então, nos condicionando ao trabalho justo e produtivo e se bem realizado, desembocaremos em responsabilidades maiores no porvir, não antes.
Outros comportamentos que auxiliam na construção de um caminho seguro para o mediunato que podemos extrair das luminosas referências, é esquivar-se a lisonja e de angariar recursos de qualquer ordem provenientes do intercâmbio espiritual. Superar conflitos quanto a questões da consciência vigilante ou da inconsciência sonambúlica durante o transe, os temores inúteis e as suscetibilidades doentias, guiando-se pela fé raciocinada e pelo devotamento aos semelhantes.
Recordemos ainda a lição silenciosa e exemplar de Chico Xavier quando do recebimento de informes de filhos, pais e amigos que já de retorno ao mundo causal, psicografava sob os olhares de muitos corações chorosos, mas não transformava o fenômeno em espetáculo. Que busque o medianeiro de agora desenvolver a simplicidade no momento do intercâmbio mediúnico evitando quanto possível trejeitos tão desnecessários quanto desequilibrantes do ambiente, tais como: fungados, gemidos, batimentos de mãos, respiração ofegante entre outros.
O médium é senhor de seu corpo no momento da comunicação e responsável pela mensagem que se faz portador. Nunca é demais destacar que o dirigente da reunião desnecessita de tais comportamentos do medianeiro, para perceber a presença dos comunicantes. Bastam a ele a experiência que é filha do esforço e do tempo, bem como a intuição e a inspiração dos bons espíritos envolvidos com a atividade.
Por fim não descuidar de que os maiores inimigos do exercício mediúnico encontram-se em si mesmo, necessitando de muita disciplina, disciplina e disciplina para suplantar a ambição mundana, a vaidade que se esgueira silenciosa, a ausência de autocrítica ou a falta de perseverança, pois no rastro do orgulho, segue a ruína.

AUTORIA: Edí Carlos R. de Oliveira
 REVISÃO: Maria José Nunes Nepomuceno

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

VIEIRA, Valdo. Conduta Espírita, psicografia de mensagens do Espírito André Luiz. 21. ed. Rio de Janeiro: FEB, 1998.

Dicionário Priberam da Língua Portuguesa (DPLP) http://www.priberam.pt/DLPO/


GLOSSÁRIO

LASTRO: 1. [Marinha] Areia, barras de metal ou outro peso que se mete no fundo do porão do navio que não leva bastante ou nenhuma carga; 2. Sacos de areia que vão na barquinha do aeróstato. 3. [Figurado] O que se come para dar azo a beber. 4. Base (em que se firma alguma coisa). 5. Tudo o que faz aguentar o peso.

JORNADA: 1. Caminho que se anda num dia; 2. Viagem (por terra); 3. Expedição ou empresa militar. = BATALHA; 4. Trabalho correspondente a um dia; 5. Salário de um dia. = DIÁRIA, JORNA; 6. Dia em que há um acontecimento importante (ex.: jornada de luta); 7. Encontro, colóquio, congresso (ex.: jornadas do patrimônio). (Mais usado no plural.); 8. [Esporte] Cada uma das séries de competições em que se divide um calendário esportivo.

MANDATO: 1. Autorização ou procuração que alguém dá a outrem para, em seu nome, praticar certos atos; 2. Delegação; procuração; 3. Ordem; 4. Confiança; 5. Sentença ou decreto; 6. [Religião católica] Lava-pés.

OUTORGAR: 1. Consentir em; 2. Conceder; 3. [Direito] Estipular, declarar (em escritura pública).

GALGAR: 1. Transpor, subindo ou passando por cima. = PULAR, SALTAR; 2. Passar para cima. = SUBIR, TREPAR ≠ DESGALGAR; 3. Andar a passo largo. = CORRER; 4. Ir além de. = SUPERAR, TRANSPOR, ULTRAPASSAR; 5. Vencer distâncias. = PERCORRER; 6. Subir (em postos, honras, etc.); 7. Tornar plano ou direito. = ALINHAR, ENDIREITAR; 8. Tomar medidas com o compasso.

SOERGUER: 1. Erguer, levantar algum tanto; 2. Levantar-se um pouco e a custo.

DESCULPISMO: 1. Ser condescendente com suas próprias faltas; 2. Ter sempre um discurso pronto para se autojustificar; 3. Desculpas que damos a nós mesmos ou ao próximo.

ALMEJAR: 1. Desejar muito, com ânsia; 2. Agonizar.

DERREDOR: 1. Em roda, à volta. 2. em derredor de; Em torno, em volta de.

EFLÚVIOS: 1. Fluido sutilíssimo que eflui; 2. Exalação, emanação; 3. [Figurado] Aroma, perfume.

DETRIMENTO: 1. Dano, prejuízo. 2. em detrimento de; Causando prejuízo ou desvantagem em.

DESEMBOCAR: 1. Fazer sair; 2. Sair (como por uma boca); 3. Desaguar; 4. Lançar-se; 5. Ir dar. Confrontar: desembuçar.

LISONJA: 1. Ato ou efeito de lisonjear. = LISONJARIA; 2. Louvor afetado; dito lisonjeiro. 3. [Geometria] Losango.

TREJEITO: 1. Gesto; careta; esgares; 2. Escamoteação; 3. Prestidigitação.

SUPLANTAR: 1. Deitar abaixo. = DERRIBAR, DERRUBAR; 2. Obter uma vitória relativamente a. = SUPERAR, VENCER; 3. Humilhar, rebaixar; 4. Meter debaixo dos pés. = CALCAR, ESPEZINHAR; 5. Ser superior a ou ser melhor do que (ex.: suplantar os medos; ele suplanta-se para conseguir melhores resultados). = EXCEDER, SUPERAR, ULTRAPASSAR

ESGUEIRA: 1. Desviar; 2. Tirar com destreza; 3. Dirigir cautelosamente; 4. [Informal] Safar-se

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