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terça-feira, 13 de dezembro de 2011

A ALMA TAMBÉM

   Casas de saúde espalham-se em todas as direções com o objetivo de sanar as moléstias do corpo e não faltam enfermos que lhes ocupem as dependências.

   Entretanto, as doenças da alma, não menos complexas, escapam aos exames habituais de laboratório e, por isso, ficam em nós, requisitando a medicação, aplicável apenas por nós mesmos.

   Estimamos a imunização na patologia do corpo. Será ela menos importante nos achaques do espírito?


   Surpreendemos determinada verruga e recorremos, de imediato, à cirurgia plástica, frustrando calamidades orgânicas de extensão imprevisível. Reconhecendo uma tendência menos feliz em nós próprios é preciso ponderar igualmente que o capricho de hoje não extirpado será hábito vicioso amanhã e talvez criminalidade em futuro breve.

   Esmeramo-nos por livrar-nos da neurastenia capaz de esgotar-nos as forças. Tratemos também de nossa afeição temperamental para que a impulsividade não nos induza à ira fulminatória.

   Tonificamos o coração, corrigindo a pressão arterial ou ampliando os recursos das coronárias a fim de melhorar o padrão de longevidade. Apuremos, de igual modo, o sentimento para que emoções desregradas não nos precipitem nos desvãos passionais em que se aniquilam tantas vidas preciosas.

   Requintamo-nos, como é justo, em assistência dentária na proteção indispensável. Empenhemo-nos de semelhante maneira, na triagem do verbo para que a nossa palavra não se faça azorrague de sombra.

   Defendemos o aparelho ocular contra a catarata e o glaucoma. Purifiquemos igualmente o modo de ver. Preservamos o engenho auditivo contra a surdez.
No mesmo passo, eduquemos o ouvido para que aprendamos a escutar ajudando.

   A Doutrina Espírita é instituto de redenção do ser para a vida triunfante. A morte não existe.

   Somos criaturas eternas. Se o corpo, em verdade, não prescinde de remédio, a alma também.

André Luiz psicografia de Francisco Cândido Xavier.

Glossário (Fonte: http://www.priberam.pt)

achaque: (origem duvidosa, talvez do árabe ax-xaqq, dúvida, suspeita) s. m. 1. Ataque de doença habitual. 2. Mal-estar sem gravidade. 3. [Figurado]  Defeito moral. = PECHA, VÍCIO 4. Imputação.

extirpar: |eis| - Conjugar  (latim exstirpo, -arev. tr. 1. Arrancar com raiz e tudo. 2. [Figurado]  Desarraigar. 3. Extinguir de todo. 4[Cirurgia]  Extrair. Confrontar: estripar.

neurastenia: (neuro- + astenias. f. [Medicina]  Neurose com enfraquecimento da força nervosa, perturbações mentais do tipo tristeza, apatia e, muitas vezes, com indisposições físicas como dores de cabeça, perturbações digestivas, etc.

fulminar (fulminatória) Conjugar  v. tr. 1. Lançar raios contra ou sobre. 2. Ferir (como fere o raio). 3. Destruir, subverter, aniquilar. 4. Matar instantaneamente. 5Arrojar, despedir, lançar de si. 6. Condenar, invectivar7. [Religião católica]  Decretar excomunhões, anátemas. v. intr. 8. Lançar raios. = DETONAR

azorrague (origem obscura) s. m. 1. Açoite de várias correias ou cordas. 2. Látego ou chicote de couro. 3. [Figurado]  Flagelo.

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