Não raro autores de
variada monta definem o lar como sendo o cadinho de burilamento de almas, de
reajustes, de reencontros; ou ainda de célula do organismo social de destacada
função no campo das relações inter e transpessoais; outros delineiam o lar como
o educandário divino no qual o indivíduo aprende e ensina dentro das
possibilidades alcançadas, e das capacidades a desenvolver. Analisando a
conduta do espírita a luz desta última proposição, tem este alta
responsabilidade no campo doméstico.
Pois neste sentido,
os princípios espíritas que esposa, antes de qualquer outro meio, reclamam ser
vivenciados no regaço do próprio lar, para só então serem testemunhados no
mundo, tal qual o acadêmico em medicina que estuda, estagia e ensaia anos áfio
na Faculdade, antes de estar apto a atender a comunidade. Não referimo-nos a
conquista da santidade no isolamento familiar como monges reclusos, mas tão
somente ao esforço do espírito em autoiluminar-se no seio do grupo de espíritos
reunidos pelos desígnios do supremo Senhor de misericórdia, para que esta
iluminação possa atingir o ambiente social sem falsas máscaras.
Eis um dos grandes
desafios humanos na atualidade: a uniformização do proceder no recesso do lar e
fora dele. É comum vestir-se de determinadas máscaras sociais, quais sejam as da bondade ou da gentileza, por
exemplo, no trato com pessoas que
pouco se convive: vizinhos, companheiros de trabalho, conhecidos que raramente
vemos etc. Enquanto que com familiares, sejam eles consanguíneos ou espirituais,
agimos de maneira diversa ou ao menos sem tanta simpatia. Nunca é demais
ressaltar que fé espírita no clima da
família, fonte do espiritismo no campo social – André Luiz, e não o inverso.
Quando no
relacionamento com os rebentos do coração, muito embora seja vulgar o
pensamento de que os filhos não nascem com manual de instruções, é a Boa Nova,
anunciada a mais de 2000 anos pelo Mestre Galileu, o repositório de luz e de
orientações seguras para a condução de uma educação equilibrada e sadia. Que se
busque prevenir e evitar infundir medos ou mesmo fantasias perturbadoras que em
se instalando no inconsciente dos pequenos, quando grandes emergirão na forma
de transtornos mentais variados, fobias ou psicopatias.
O Espírita, na
condição de cristão, não pode perder de vista que o lar é a escola primeira, assim nos assevera o Espírito André
Luiz. Desta feita a educação moral e o progresso dos espíritos, principalmente
os encarnados, é o divino objetivo. Lições sublimes como as de adoração ao
Senhor da Vida, ora pela prece, ora pelo culto do Evangelho no Lar, e de amor e
caridade, aí devem ser mais vivas e pulsantes, mesmo que solitária seja a
tarefa, pois a ribalta humana situa-nos
sempre no papel que devamos desempenhar. Não percamos de vista que se
palavras emocionam e o exemplo convence, a conduta arrasta multidões.
Por fim, em se partindo
da óptica que o objetivo do instituto familiar é educar e reeducar almas no
contato diário. Neste sentido, invariavelmente a transformação social terá
sempre por início o íntimo de cada ser, para ensaiar-se na família redefinindo
rumos, outrora traçados ora a custo de lágrimas e dor, ora regados pela
simpatia e afinidade, para só então ganhar a imensidão do campo social.
AUTORIA: Edí Carlo R. de Oliveira
REVISÃO:
Maria José Nunes Nepomuceno
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
VIEIRA, Valdo.
Conduta Espírita, psicografia de mensagens do Espírito André Luiz. 21. ed. Rio
de Janeiro: FEB, 1998.
Dicionário Priberam da Língua
Portuguesa (DPLP) http://www.priberam.pt/DLPO/
GLOSSÁRIO
MONTA: 1. Valor, consideração, importância; 2. Lanço (em leilão). | MONTAR: 1. Colocar-se a cavalo sobre
(uma cavalgadura); 2. Pôr em cima de; 3. Colocar sobre; 4. Proporcionar o que é
preciso a; 5. Prover, sortir; 6. Poder encerrar ou abranger; 7. [Galicismo] Fundar, estabelecer; 8. Organizar; 9. Armar;
10. Proceder à armação de; 11. Cavalgar; 12. Importar, valer; 13. Ascender; 14. Cobrir o lanço (em
leilão).
BURILAMENTO:
Ato ou efeito de BURILAR: 1. Abrir sulcos com buril. = ENTALHAR, GRAVAR, LAVRAR;
2. Retocar ou melhorar o estilo de. =
APRIMORAR, APURAR; 3. Ficar indelevelmente na memória. = GRAVAR, INCUTIR
DELINEAR: 1. Fazer a
delineação de; 2. Indicar os perfis de; 3.
Descrever, traçar; 4. Fazer o plano de; esboçar; 5. Tramar; maquinar;
projetar.
ESPOSAR: 1. Unir ou unir-se
em casamento. = CASAR, DESPOSAR; 2. Servir de apoio ou sustentáculo a; 3. Tomar
a seu cuidado; 4. Preconizar; defender.
REGAÇO: 1. Superfície ou
concavidade formada pela roupa entre a cintura e os joelhos de pessoa sentada;
2. Adorno de certos vestidos no lugar do regaço; 3. [Figurado] Seio, lugar
onde se acha conforto e tranquilidade; 4.
Meio, interior.
ÁFIO: [Informal]
Que não tem interrupção. = CONTÍNUO, SUCESSIVO.
RECESSO:
1.
Lugar recôndito. 2. Lugar íntimo ou
escondido. = ESCONDERIJO, ESCONSO, RECANTO, RETIRO; 3. O que é mais íntimo. = ÂMAGO, IMO; 4. [Direito] Ato de uma das
partes se retirar de acordo, convenção, contrato, etc; 5. Suspensão ou interrupção de atividades ou de trabalhos; 6. Que é íntimo ou está escondido.
REPOSITÓRIO: 1. [Farmácia] Que
serve para guardar ou conservar medicamentos; 2. Lugar onde se deposita ou guarda alguma coisa; 3. Coleção de
artigos referentes a um assunto; 4.
Coleção de leis; 5. Altar que se eleva na rua para descansar a custódia que
se leva na procissão.
PSICOPATIA:
1.
[Psicopatologia] Designação genérica das
doenças mentais; 2. [Psicopatologia] Desequilíbrio patológico no controle das
emoções e dos impulsos, que corresponde frequentemente a um comportamento
antissocial.
ASSEVERA: 1. Afirmar; 2. Certificar; assegurar;
3. Certificar-se, por si mesmo, de.
RIBALTA: 1. [Teatro] Renque
de luzes ao nível do chão do palco, no proscênio; 2. Atividade teatral.
ÓPTICA: 1. Parte da Física
que trata da luz e da visão; 2. [Figurado] Aspecto dos objetos vistos à
distância; 3. [Figurado] Maneira de ver;
julgar; ponto de vista; 4. Estabelecimento comercial especializado em
óculos ou em instrumentos .ópticos. = OCULISTA
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